A Garganta da Serpente

Nefelibata

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Rosácea Escarlate

Sentimento rorifluo matutino,
Asperge, felicita, convida,
Do sono despertas,
Inefável arte de emudecer.
Amanhecendo o estado calamitoso,
Espero sem piscar,
Absorto num aborto mental,
Mênstruo a gineceu aberto!
O olho que nos olha do alto,
De fato está dentro...
Timidamente a nos chamar,
A bailar sob o tépido sol nascente.
A perigo, tais sentimentos,
Em extinção migram,
Adentro aterra prometida,
Minha mente vazia.
Sorrindo sigo em frente,
Subindo seus percalços alados,
Cuspindo nas tuas limpas vestes,
Dormindo sono pagão.
Se esta rosa pudesse falar,
Certamente diria-se de si:
- Mais um pouco, aos tragos,
Consumirei a quem me consomes!
Desditosa rosa eterna,
Levou-me a mim a alma,
Em fragrância fugas,
De um amor que já esqueci o cheiro.


(Nefelibata)


voltar última atualização: 17/11/2005
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