Catedral
Estes campos sem flores
Recobertos por cruzes abandonadas, não nos farão chorar.
Nós iremos juntos, você amenizará meu sofrimento;
E eu amenizarei o seu.
Estas catedrais imensas me amedrontam.
Aqueles anjos atormentados são como fantasmas,
Derramam lágrimas em mim.
Os cantos de aleluia passeiam em minha mente
Tristes... crenças.
Enquanto por dentro, vertem sangue e solidão.
Por entre as estátuas de prata e bronze, jamais me encontrarei,
Templo medieval no meu coração.
Entrei um dia nesta Catedral;
Gritando em silêncio, implorando em pé,
No desespero em que vivia,
Quebrei a imagem de meus próprios Santos... sonhos
Que se despedaçaram pelo chão,
Pedaços da minha vida,
Que você, nem eu, jamais conheceu.
(Morgana Feller)
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