ODE A AMIZADE
(para Cézar)
Recordo com saudades o tempo dos grandes erros, dos excessos, das noites não
dormidas, das questões não solucionadas e intuições
compartilhadas.
À beira de precipícios onde tentávamos nos jogar dentro
de nós mesmos, até nos afogarmos uns nos outros e respirarmos
a nossa própria essência.
Frente aos dias de nossos sonhos, recordo-me de mim, de ti e de todos aqueles
que respondiam por um nome: Vida; por uma idéia: Liberdade...
Por onde vagam aqueles espíritos (aquele espírito!).Agora parecem
perdidos, distantes dos campos de Dionísio.
Nossa embriaguez agora revestida de sobriedade encobre a beleza da nudez de
nossas almas.
Pálidos e não mais confusos nos confundimos em meio a multidão.
Mas sempre reconheceremos uns aos outros, porque podemos até nos perdermos
de nós mesmos mas, jamais nos perderemos daqueles nos quais nos encontramos.
(Milena Milena)
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