A Garganta da Serpente

Miguel Eduardo Gonçalves

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MISÉRIA

Do amor não sabe mais, pobre coitado
Quando brincava junto de verdade
Hoje se pega só, desesperado

Brinda a recordação com dualidade
E por assim dizer, fica aclarado
O bestial ultraje que lhe invade

Seja aonde for que fique, o sonho foi
Sob o êxtase da luz ou sob o breu
Seja-lhe tal fragmento como um véu
Tal homem compadece e se corrói

Sucumbe ante um cenário fariseu
Ébrio de si, que bebe como herói
E se exaspera e vira um cu-de-boi
Tropeça tonto e cai pelo tonel


(Miguel Eduardo Gonçalves)


voltar última atualização: 13/02/2007
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