TENTAÇÕES
No silêncio da cama ouço a imagem dela
Para tê-la emergindo, onde a loucura é minha
Pois que a penumbra fala, se acende a janela
E a pupila cresce, e fica mais negrinha
Espelho enorme, a olhar daquele jeito, vinha
Daquele fogo um quê de fazer sumir mazela
E se falava a fome ingênua quando vinha
Com a minha estrela mato a fome em paralela
Que a pura rima agora me escuta em furor
Porque melhor o rumo se apresente amor
Tão instigante é o mar que me arrepia a pele
A resistência falha e pede que se mele
A imaginar que a curiosidade apele
Vai, se contorce ela sem tirar nem pôr
(Miguel Eduardo Gonçalves)
|