A Garganta da Serpente

Miguel Eduardo Gonçalves

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

TEATRO

Naqueles olhos acordados como festa
O meu sentir pelo que vejo desjejua
Como se à luz de um novo esboço a visse nua
Desenharia ela deitada, o que me cresta

Naquela dança a perna aponta para a lua
Palpita a marca umedecida pela aresta
Que entre os cabelos uma boca na floresta
Luzindo mostra-se rubor que se acentua

Sangue em delírio debruçado na visão
Treme o pincel, na tinta expele um ser ardente
Pinta os joelhos separados de paixão

Por onde corre o pensamento mais carente
Pelas palavras que inexplicam a razão
Mora a pintura de um poeta de repente


(Miguel Eduardo Gonçalves)


voltar última atualização: 13/02/2007
20714 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente