Chovia manso, chovia fino, chovia triste
e eu olhava devagaríssimo seu rosto.
Até a ilha está chorando, disse o rapaz
estendendo-me o búzio.
Tive receio de tocar suas mãos.
Coloquei o búzio no ouvido
para escutar a voz do mar.
A concha não tenho mais
(e chove a cântaros em minha terra)
tenho as cartas, letras de amor
guardado, murmúrio de mar.
(Martha Galrão)
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