Erupção
Surge do íntimo
borbulhando, queimando
som que não se ouve
calor que não se mede
erupção.
Quero relatar em verso
o incerto, o imensurável
grito que não é grito
expansão da alma.
Que existe, é algo certo
mas não vemos nem tocamos.
Será talvez outra dimensão?
A do incorpóreo com certeza
mas vem e é sensível,
no peito, na cabeça nos olhos
no corpo que estremece
não há quem não a conheça
em algum momento da vida.
É como uma prisioneira
que clama por liberdade
e às vezes escapa
do cárcere da razão
torna um momento infinito
cria cores e luzes do nada
faz a tragédia, a comédia
faz a arte,
é a cativa de noss'alma
a emoção que nos desvela
segredos do espírito.
(Marisa Paiva)
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