etilicamente falando
pôr do sol imitando vinho tinto
brevemente percebo meu estado
encosto num bar e entorno absinto
pouco embriagado!
então peço mais uma
louca vontade de cinqüenta e um
depois de muitas goladas tô leve feito pluma
o jeito foi partir pro rum
começa o circo; falatório, desabafo, poesia, filosofia
martini goela abaixo suavemente descia
olhar manso, mais à vontade e livre
vidro cheio de cuba libre
conhaque na próxima rodada
cerveja quente desce quadrada
derrubo um copo, corpo não obedece
no chão, barata amiga minha agradece.
ainda não satisfeito, uísque duplo no capricho
volto pra casa bêbado como nunca
durmo na lata de lixo
uma bela e tesuda garrafa de vinho branco faz cafuné na nuca
vodca com groselha, tequila e cachaça de garrafão
acompanham meus sonhos líricos, etílicos, apoteose, overdose!
entre as nuvens de poeira e anjos beberrões, um gigante balcão
e, não há nada que me impeça um último brinde, uma
última dose...
(Mario Semacento)
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