A Garganta da Serpente

Marco Túlio Oliveria Reis

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Açúcar amargo

Diziam os antigos
Que o doce do açúcar
Vem do canto dos negros

Não atrevo-me
A dizer de onde o doce vem
Mas todo açúcar traz consigo

A brancura de entre dentes
Dos negros cativos
Amargos de sol

E a doçura bendita
É melodia amarga
Na lembrança do negro

Das fazendas de engenho
Das senzalas e moendas
Suas crias, seus de nada seus

Negros luzidios, ébanos de benguela
Negros cativos
Amantes de brancas senhoras

Negros cantantes
Cortando a cana em canto
De quem arrebenta grilhões


(Marco Túlio Oliveria Reis)


voltar última atualização: 10/01/2006
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