Plantar a semente
Nos campos devastados pelas pragas
Os lavradores, em prece, erguem os olhos ao céu,
As mãos calejadas de lutas
Revolvem a terra, fonte de esperança.
Promessas de alimento abundante outrora,
Hoje possibilidades de sobrevivência...
A pedra no arado, o menor dos problemas,
Aqui na batalha campal.
O verde é fartura, trabalho, vida, futuro...
Ao menor sinal de sua ausência
Todo e qualquer esforço perde o sentido
A perseverança costumeira cai na descrença.
Enfim os céus derramam suas bênçãos
Em forma líquida sobre a lavoura
Formando então uma só torrente
Com as lágrimas humildes do lavrador
Serenas, sentidas, sagradas...
(Marcio F. Monteiro)
|