A Garganta da Serpente

Márcia Ribeiro

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Oito convites ao teu nome de aMar

Convido o teu nome para aMar
mas nem sequer percebes
o que tenho para te dar
E, egoísta no seu propósito,
sei que de mim não vais cuidar

Não rogo que sejas meu
pois conheço teu fogo em minha água
Porém, do meu amor não te quero ateu
E se o conflito arreganha os caninos,
faço do meu perdão o seu

Ganância louca escoando pelo ralo!?!
o que estampas em seus olhos
Grito, urro, berro e me calo
e sem almejar resposta, me pergunto:
- Será você o homem de quem falo?

Brincar de amor é porta aberta pro cio
É canção que danço sem compasso
E como o mar que espera o rio
aguardo, calma e esparramada
que me tenhas atada com teu fio

Em deleite desabrocho sacana
E curiosa de teus intentos
mostro o que me faz insana
Faço, desfaço e te provoco
e tens em suas mãos a mundana

Do seu espelho sou a obscena
me acomodando nesse universo
Sou ré nos braços de quem condena
E crendo em tuas virtudes
Rogo que me castre esta cena

O desassossego da mão veloz
priva que mais ouvidos me ouçam
Mas é da alma que vem o grito feroz
E convicto de não poder me impedir
se transformas, ávido, em meu algoz

Deito-me com o lado mais canalha
e mostro a cor do meu sangue
que corre buscando tua navalha
Suspiro de saudade e contradigo:
- Tua fraqueza é a minha falha


(Márcia Ribeiro)


voltar última atualização: 17/03/2004
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