Glauco e Heleno
Pêlos, bosques da Arcádia. Jazendo
Entre uvas verdes e rubras volúpias,
Nos braços de ternicálidas núpcias,
Vão, os jovens pastores, se elegendo...
E, sobre a relva, silenciosas flores
Testemunham num pudor sereno,
O ósculo pleno de paixão e dores
Com que Glauco fere os lábios de Heleno...
Oh, deuses e espíritos da natura,
Senhores de toda a malícia e candura,
Sede vós, também, desse afã,
As graves e benfazejas testemunhas !
Sente, Glauco, de Heleno, as unhas !
Sente, Heleno, de Glauco, o flautim de Pã !
(Marcelo Orsi)
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