A morte do mendigo moribundo
Do catre imundo que me deito
Estudo a lua e seu clarão
E adormeço levand´ao peito
´Ma rosa branca em minha mão ...
E solitariamente me desprendo, risonho
E nesse vôo bebo à imensidade
A clara certeza da morte. Ó, sonho
Imputrecível de liberdade !
Ó morte, minha consoladora !
Eu, que desolado ao arrebol
Andava, escondendo a cera ...
Por sua amizade e mão tutora
Hoje, sou Ícaro beijando o sol,
La prima stela de la cera !
(Marcelo Orsi)
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