A Garganta da Serpente

Marcela Loureiro

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Sinto a ferida dos tiros no meu rosto
Palavras certeiras acertam os sentidos
Pontes papéis e podridão
escorrem em meus braços e pernas
Copos, facas e cigarros
se espalham cortando meu corpo
Palavrõs soltos no infinito,
Vidas perdidas em uma sala de TV
Corações voando sobre água negra...cristalina
Uma latrina de sentimentos apodrecidos
pelo tempo, pelo vento e pelo olhar
Corte profundo e onírico.

Existo dentro dessas grades de sangue
como um pássaro afogado em gotas de chuva ácida
Uma borboleta metamorfosiada
em um enorme demônio louco,
branco como nuvem prestes a cair.

Minha existência possui mil luas
e milhões de infernos...
...fogo latente que queima os pés
quando brota do ar
Um vácuo que contraria
as leis da Física e propaga
o mais leve e lento som de solidão...


(Marcela Loureiro)


voltar última atualização: 20/05/2002
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