A Garganta da Serpente

Luiz D Sales

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Pirilampos

Na noite azul pirilampos rasgam a madrugada úmida
As estrelas bailam uma cantiga
Arvores parecem rebuscadas de sonhos e magias
O vento sopra o concreto das construções
e assovia nas frestas das janelas descompostas
um ar gélido toca a lua         e a faz ficar tétrica
Seres noturnos cortam o céu
som de asas estremecem as comunheiras da noite
A caça corre para o abismo
O tempo escorre
é escasso         O tempo é o instante das horas
As arvores dormem nos silêncio de seus pensamentos
Preocupadas com o amanhã
Que vira pelas mãos dos homens
Na noite azul de pirilampos
á iluminar as trevas do viajante Perdido
Entre florestas de prédios e viadutos corroídos
Contaminados pelo enxofre das chaminés
Pelo acido epidêmico dos rios sólidos
Pela transformação anímica da esperança
Busca o que antes fora natural         no momento divide o espaço
Com jatos turbinados de tecnologia e velocidade ultrajante
Pousam em rastros de petróleo e solo impermeável
Na noite de pirilampos que desenha com fachos de luz
Os caminhos entre as estrelas         e os olhos da criança
Deitada no colo ouve a melodia
E uma nevoa cobre - a de sonhos
E o menino dorme
Um dia        na noite azul sem pirilampos
Povos sonharam e contarão historias de uma luz fluorescente
Sobre um ser que iluminava as florestas
Aquecia os corações das crianças
e preenchia as lacunas        No horizonte plano
O Homem se esconde no deserto


(Luiz D Sales)


voltar última atualização: 25/02/2010
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