A Garganta da Serpente

Luiz Alberto Cavalcanti Filho

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POEMA DA DEVOÇÃO

Tu és meu sonho bom, minha ventura,
tu és meu mar de paz, minha alegria,
aurora em meu viver que sentencia
à morte minhas lágrimas tão duras.

Tu és a minha luz, minha esperança,
tu és o meu mel, meu bem mais precioso,
promessa de um porvir maravilhoso
repleto de uma plácida bonança.

Tu és minha metade, meu caminho,
tu és meu paraíso, minha vida,
aquela pelos astros escolhida
a dividir comigo o mesmo ninho.

Tu és meu sol, meu doce firmamento,
tu és meu passarinho, minha flor,
aquela destinada a dar-me amor
destes dias até meu passamento.

Tu és o meu suspiro, o meu cismar,
tu és o meu balsâmico, meu riso,
arcanjo divinal que meu juízo
em perigoso estado vem deixar.

Tu és minha Julieta, meu delírio,
tu és meu bem-querer, minha emoção,
leda voz a livrar meu coração
das noites de tirânicos martírios

tu és, meu bem, com íntegra certeza,
única proprietária do meu ser,
do livro que registra meu viver
a página que encerra mais beleza.

Por isto, com teus risos, vem agora,
tuas mãos nestas nossas tenras eras,
nessa nossa festiva primavera,
dar-me para seguirmos mundo afora.


(Luiz Alberto Cavalcanti Filho)


voltar última atualização: 05/11/2004
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