Louca do cerrado
Num horizonte perdido
arrastando suas sandálias,
uma mulher solitária
segue às ruas sem rumo.
Semblante abatido pelo desgosto,
caminha tentando entender
o porquê de tanto sofrimento.
O destino, só lhe prega peças,
que num palco...
seria loucura!
Tristonha segue adiante e
fica pensando:
porque é considerada
louca e insana.
Louca!
será de tanto amar...
ou louca por tantas desventuras.
É a louca do cerrado,
que, quando chega a noite
quer morrer!
Pelas ruas desertas
caminha sem parar.
Não olha pra trás,
segue seu rumo.
caminhando,
vai resmungando...
porque a chamam
de louca e insana?
Cansada não sabe porque
a vida é ingrata e
só lhe prega peças.
Porque louca!
louca em quê!
Louca ou insana,
Só quer amar.
(Luiza Helena Guglielmelli Viglioni Terra)
|