A Garganta da Serpente

Luiz Eduardo

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O CORAÇÃO DA CIDADE

Coração sem poesia
Faz de conta que em teu céu
Não é só avião que passa
Nem apenas fumaça
São tuas nuvens.

Coração sem graça
Que anedota não faz sorrir
Criança não estimula a bondade
Que haveria de ter em ti.

Coração pobre
Que se multiplica em cofres e níqueis
De arranha-céus e boutiques
Mas tão longe de Deus
A vestir a cidade com homens medíocres.

Coração mesquinho
Que de um lado há fome
De outro fartura
E a média'ritimética dos estômagos
É sofrer de amargura.

Coração seco
Que não se altera com a morte
Assunto de prosa é desgraça -
Teus olhos não choram.

Coração gelado
Que passe umas férias
Num fim de mundo!!!


(Luiz Eduardo Oliveira)


voltar última atualização: 17/06/2010
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