A Garganta da Serpente

Luís Diniz

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RESISTÊNCIA

Uma idosa anda sozinha no meio do mundo.
Pára.
E tira, de uma das órbitas, um olho.
Depois, o outro.

Limpa-os com carinho,
com um pano úmido.
Não quer perder a vista:
é a única coisa que ainda lhe dá algum enternecimento.

Depois, recolocando-os, recomeça a andar.


(Luís Diniz)


voltar última atualização: 20/12/2005
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