A Garganta da Serpente

Luís Delfino

Luís Delfino dos Santos
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A DEUSA

O seu pescoço esplêndido e robusto
Implantado às espáduas fortemente,
Presta-lhe um ar olímpico e imponente;
De Vênus dá-lhe gesto altivo e augusto;

E sustém-lhe a cabeça bela: é justo,
Porque dos deuses vem; e se presente
No andar, na voz, no riso negligente:
Mete em tudo, que a cerca, estranho susto:

Tão grande e superior ela parece,
Que não é muito a admiração e o espanto:
Segue-se ao espanto o amor, ao amor a prece.

És tu, Helena, a deusa, o enleio, o encanto:
É de ti, que em mim só, todo um céu desce:
A ti meus olhos, como a um céu, levanto...


(Luís Delfino)


voltar última atualização: 25/08/2005
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