A Garganta da Serpente
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Ultimo Folgo

No olhar terno de uma menina

Cansado de vaguear por este mundo sozinho
Aqui me despeço da vida que outroura me foi dada

Perdidos os sonhos
E a vontade de ser feliz
Curvo-me perante a infeliz realidade
De não ter conseguido algo de tão precioso
- Ser amado -

Não tenho mais nada por que lutar
Não tenho mais ninguém a quem dar
Não tenho mais nada que me recorde quem sou

É nestes momentos que percebo a angustia dos suicidas
É nestes momentos que percebo o quanto uma vida pode ser bela
E também é nestes momentos que percebo o quanto uma vida não vale nada

Foste a minha alegria e vontade de viver por todos estes anos
Minha menina linda que nunca mais vou ver
Perdoa-me por não te ter feito feliz
Perdoa-me por tudo o que fiz e por tudo o que irei fazer

Quem me dera ter asas de anjo
Pois voaria para tão longe
Que jamais dariam comigo

Não tenho mais nada a perder
Nem nada a ganhar
A queda vai ser inevitável

O que outroura foi belo
Será feio
O que outroura foi puro
Ficará turvo
E o que outroura viveu
Irá morrer

E é assim que me despeço de ti
Com as lágrimas nos olhos por tanto te amar
Pois irei morrer por não ter nada nem ninguém por quem lutar

(terça-feira, 10 de Dezembro de 2002)


(Luis Daniel David)


voltar última atualização: 11/12/2002
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