A Garganta da Serpente

Lugo de Paula

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MEMÓRIA

Não lembro mais seu rosto,
Mesmo em outras bocas,
Não senti o beijo,
Que de ti roubei.

Esqueci seus olhos,
Nem lembro se azuis.
Seus pares de óculos,
No refletir das luzes.

Neguei-te três vezes,
Diante dos espelhos.
Não vi a minha imagem,
Ali tão refletida.

Foram tantas mentiras,
Tantas desventuras,
Mesmo a dor atura,
Quando já me sufoca.

E nada poderia,
Ninguém estava certo.
Tudo que fizesse,
Seria descoberto.

Não lembro do seu riso,
Nem mesmo das flores.
Que juntos apanhamos,
Pelos campos afora.

Só ficaram as horas,
Dos dias festivos,
Quando viveu comigo,
Num lapso de memória


(Lugo de Paula)


voltar última atualização: 24/04/2008
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