A Garganta da Serpente

Ludmila Barbosa

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ELE

Sento-me e espero
Surgem ventos fortes munidos de chuva
O sol, que dia após dia parece mais quente
Lamentos de folhas secas arrastando-se
perdidas, atrapalhadas
Gritos de homens mal-humorados
Abraços
Sussurros
Flores
Adeuses

...

Até que aparece você
Com os cabelos escuros e ondulados
A roupa toda amassada como se tivesse
acabado de se despedir da cama
A barba por fazer
E uns olhos grandes, azuis, sorridentes
que acolhem algo perdido em minha alma
trazendo-me aquela velha sensação
de estar realmente segura.

Enquanto por dentro, estremeço, me perco
E permaneço sem ir e sem voltar
Mas você vem até mim
Me toma pelos braços
Segura-me firme em tuas mãos
E me diz que não preciso mais esperar.


(Ludmila Barbosa)


voltar última atualização: 25/02/2010
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