DESFECHO
Hoje beberei o licor envenenado que tanto me ofereces, mas
que
sempre recuso.
Ao entardecer usarei espadas e luvas brancas
para
duelar com a morte.
Duelo que acontecerá em meio ao jardim principal do castelo.
Que espetáculo mais belo!
Sairei vencedor e levar-te-ei para a alcova, onde te amarei
com
requintes de perversidade.
Isso te proporcionará o mais voluptuoso e inesquecível prazer.
Ao acordares, não me verás ao teu lado.
Não procures por mim, pois terei me transformado em pedra rochosa
e
estarei á espera das águas salgadas.
Se te desesperares, se sentires o vazio torturar-te, repara que deixei um
pouco
de licor no cálice.
Entorpeça-te com ele.
Depois de um leve desfalecer, renasce na forma que desejares
(Ludimar Gomes Molina)
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