A Garganta da Serpente

Ludimar Gomes Molina

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Perfumes

Sexta-feira, 23:45 h
Um ramalhete de flores é lançado ao ar
                   e cai no meio do asfalto
Vem de muito alto.
Vigésimo quinto andar do Edifício "Star".

Ali permanece.           Intacto.
                             Pouco Tráfego.
Algumas poucas rodas insensíveis
                   de automóveis boêmios
                       estraçalham tulipas e açucenas.
                                          Que pena!

O vento esparrama as pétalas formando um sinistro tapete.
Um bando de ratos atravessa rapidamente pelo tapete colorido.
Alguns param...     Analisam... Nada lhes interessa.
Vão embora.


24:00 h
Um corpo cai sobre as pétalas esparramadas.
                             Sobre as pétalas estraçalhadas
Um corpo já em decomposição.
                             Vermes em ação.
Carne no asfalto.
Banquete para os ratos. Que voltam, se extasiam, se fartam.
Décima segunda badalada.
Novo dia....


(Ludimar Gomes Molina)


voltar última atualização: 09/10/2008
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