E minha flor murchou, morreu.E, minha flor murchou, pereceu, morreu... Que pena! Eu gostava tanto dela, cuidava dela... Tá certo, não era todos os dias. Mas as vezes eu jogava
água, regava e até Às vezes, quando a vida me era ingrata, eu ficava brava também com ela Mas de uma coisa eu tinha certeza, ela estava lá Bastava esticar as mãos para tocá-la. É, mas ela morreu, pereceu murchou e sumiu. E eu que acreditava que seria eterna. Me enganei, que pena ela não era E como era linda a minha flor, tão forte, serena, sábia, mas se foi... Fico me perguntando, o que faço sem ela? Me sinto perdida, triste, sem referência Será que eu devia ter jogado mais água?, regado mais, adubado... Sei lá, só sei que está difícil esta dor, que vem, tranca minha garganta, E as lágrimas sem me pedir licença, ou respeitar onde estou
,brotam dos meus Chegam quentes, incontroláveis e por mais que eu as sequem elas
brotam dos Sem piedade, insistem em banhar meu rosto É, minha flor morreu Se foi sem pedir licença, sem me comunicar, sem se despedir, apenas
foi E eu, será que não pensou em mim?, será que não sabia que ia me magoar. Pois é, o pior de tudo é que não vou encontrar outra igual. Ela era única. Mas será que se eu fizer um esforço, não vou achar outra? E me respondo, duvido, existem outras belas, cheirosas e até fortes. Mas como minha flor.... não, não há, nem haverá outra igual. Eu olho para todos os lados e não consigo vê-la. Não
há vestígios, ela Mas que tola sou eu, de repente me dou conta. Que burra sou eu! Ela não morreu, não pereceu, não murchou. Ela está viva, ela sou eu e viverá dentro de mim, em cada
gesto, cada Viverá em mim para sempre, através de meus filhos, dos
filhos dos meus Que tola sou, não enxerguei as sementes que deixou, todas germinaram
e deram Darão mais frutos, que darão mais frutos e por tanto jamais
perecerá, Você Mãe, minha única e mais maravilhosa Flor jamais morrerá
De sua filha que sente muito a sua falta (Lúcia Schinzari) |