Erro
(Setembro de 1996, Recife)
Folhas secas. Galhos secos.
Apenas o resto de um verde que já não há,
Do verde-esperança,
Do verde-bandeira,
Verde-paisagem.
Rouca voz. Grito vão.
Apenas tentativa de pedir socorro,
De pedir sossego,
De pedir esmola,
Pedir atenção.
Olhos embaçados. Visão turva.
E a última tentativa de fugir da sombra,
De fugir do caos,
De fugir do medo,
Fugir do nada.
Recriar. Reacender a chama.
O último desafio que valerá a pena,
Que valerá a chaga,
Que valerá o pranto,
E faz valer o erro.
(Luciana Amâncio)
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