A Garganta da Serpente

Luciah López

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SALGADURAS

No beiral do tempo
As cores,
São dores enroscadas
Em um arco-íris suspenso.
Enquanto na tela dos olhos
Surgem margaridas,
Papoulas e dálias,
Falhas pétalas entre as rodas
Que movem os dias.
Por sobre ombros nus
O suor escorre,
Sal da pele
Ardente, cedente
Salmoura na tessitura
Das línguas que se lambem
Em sonhos
Enquanto se refestelam
Nas casamatas,
Masmorras de vidro espelhado
Por onde passeiam
Os meus pés sempre descalços.


(Luciah López)


voltar última atualização: 30/12/2009
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