A Garganta da Serpente

Lucia Constantino

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

À MEIA-LUZ

Deixo assim os barcos
tombando pelos silêncios
de todas as marés.

E os pássaros da alma
dançando em ventos
dialogando com a fé
e as folhas que de repente
junto às correntezas
da mente
insistiam em ficar em pé...

Deixo assim
desmembrados os sonhos
dos jardins,
das cirandas que na roda da vida
cantaram e riram em mim.

É noite e os trigais insones
mostram, atônitos,
o que não toco
e não vejo.

Apaga-se em céus de barro
o lume dos desvelos.
Fechados os portais tristonhos,
confunde-se, ó meu coração.
Quebram-se os espelhos.


(Lucia Constantino)


voltar última atualização: 17/10/2008
3138 visitas desde 17/10/2008

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente