3 poemas, fogueira & cadeira elétricaDesde o Bush pai, acumulei uma aversão sem cura pelo fascismo exercido pelo Tio Sam. Aversão, creio eu, compartilhada com a maior parte da raça, sã, humana. Naturalmente, escrevi coisas sobre, desenhei outras, e até tentei montar um desespetáculo, de nome Bushitler. Neste, quatro atores contariam, simultaneamente, duas histórias. De um lado do palco, a de dois americanos, um deles hispânico, afetado pelo nacionalismo e pela ilusão de que os deuses estão do seu lado. O segundo, um pacato lenhador. Doutro, dois muçulmanos. O extremamente radical e seu colega altruísta e sonhador. Porém, toda em árabe, inglês e español, com a guerra de fundo, um final infeliz e com quase duas horas de duração, jamais citando o nome George, só poderia continuar no papel. Foi em 2002, quando, pela última vez, desisti do teatro. Na verdade, é bem provável que todas as peças que escrevi encontrem no cinema formatos mais adequados. Mas, retomando a aversão, parte das idéias da peça foram resumidas em 3 poemas:
O primeiro, um eco do bit niponizado do antigo elevado da 6ª Avenida na testa do titio. O segundo, mera realidade. O terceiro, escrito entre os dois, em 2004, foi o que me deu mais problemas. Dois, principalmente: um professor americano que me jurou de cadeira elétrica e um pastor que me acusou de heresia, criativo que só. Mas agiram como verdadeiros Osamas, através da Internet, fazendo com que seus asseclas entupissem minha caixa de entrada com trilingües insultos. Tive de mudar meu número de telefone e cancelar dois endereços de e-mail, além de despublicar vários textos, cancelar um site e ainda perder contato com muitas pessoas que recebiam, eletronicamente, poemas que eu enviava desde 1998. Então, neste 2008, a dupla foi tomada pela febre Obama, oxalá boa, desistindo de tentar me ferrar. O pastor, através do filho, via Myspace, até me pediu desculpas, teria entendido tardiamente as mensagens, movido pela tristeza de ter um sobrinho apodrecendo no Iraque. O professor, segundo uma conhecida, teria escrito um surpreendente artigo sobre o novo presidente dos USA. Como um cessar fogo. Espreitantes barbas de molho em mau agouro. Pois é. A Obama's Newage está levando todas estas coisas que até agora fiz você ler para o fundo do fundo do fundo do lixo. E, sinceramente, acredito, mesmo, que não vou precisar reciclá-las. E você também, - isto é uma ordem - tenha certeza disso. Às valas! (Lucas de Meira) |