cotidiano
no melhor do sonho
alguém sempre te acorda
relembrar migalhas
passa a ser outra ilusão
algum maluco na rua
ergue os braços e grita
que o fim está próximo
outros malucos o seguem
alcançar o ônibus lotado
traz de volta o clichê:
"quando se está perdido
todo mato é caminho"
mais um dia morre com o sol
mesmas novidades estampadas
com letras em cores berrantes
de um carnaval fora de época
de ponta cabeça a vida passa
ao desembarcar no subúrbio
alguém te pede cigarros
"no smoking" em tua camisa
rir de tudo isso...inevitável!
ainda que um riso imaginado
teu diário chama-se:quarto de sombras
e lá fora ecoam estranhezas de nada
(Lucas de Grammont)
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