A Garganta da Serpente

Lucas Araújo

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Náusea

Em meio a divina beleza natural do universo,
Donde nascem os mais harmônicos cenários;
Num planeta chamado Terra,
Tudo corrompe a ignorância humana.

Com sua teomania, desesperanceia a mais remota esperança,
Fazendo dos corações órgãos contraídos...

Em suas cidades,
Amontoadas de concreto e burocracia;
A injustiça reina, e em sua saga
Ignora qualquer espécie de verdade.

Como animais doentes vivem os cidadãos:
Epiléticos convulsivos, impiedosos, libertinos
E ofuscam qualquer ternura em seus gestos.

Vira-latas raivosos, que andam a vagar pelas ruas
Como almas em purgatório.
As chamas do submundo, ardem no fustigado concreto.

As brisas outrora leves e suaves,
Transmutadas foram em calorosas ilhas
Pelo suor dos edifícios.
.
Governantes, patrões e engravatados burgueses
Vangloriam-se de superficiais glórias em comunhão
E as ruas do terceiro mundo fedem, enauseando-nos ante esgotos abertos.
Fumaças tóxicas de queimados combustíveis, chuvas ácidas!

Acima de tudo, paira a negra nuvem.
Talvez sinal da única e franca verdade aterradora que espanta-nos;
Diante da cotidiana calamidade vivida.


(Lucas Araújo)


voltar última atualização: 10/03/2010
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