Náusea
Em meio a divina beleza natural do universo,
Donde nascem os mais harmônicos cenários;
Num planeta chamado Terra,
Tudo corrompe a ignorância humana.
Com sua teomania, desesperanceia a mais remota esperança,
Fazendo dos corações órgãos contraídos...
Em suas cidades,
Amontoadas de concreto e burocracia;
A injustiça reina, e em sua saga
Ignora qualquer espécie de verdade.
Como animais doentes vivem os cidadãos:
Epiléticos convulsivos, impiedosos, libertinos
E ofuscam qualquer ternura em seus gestos.
Vira-latas raivosos, que andam a vagar pelas ruas
Como almas em purgatório.
As chamas do submundo, ardem no fustigado concreto.
As brisas outrora leves e suaves,
Transmutadas foram em calorosas ilhas
Pelo suor dos edifícios.
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Governantes, patrões e engravatados burgueses
Vangloriam-se de superficiais glórias em comunhão
E as ruas do terceiro mundo fedem, enauseando-nos ante esgotos abertos.
Fumaças tóxicas de queimados combustíveis, chuvas ácidas!
Acima de tudo, paira a negra nuvem.
Talvez sinal da única e franca verdade aterradora que espanta-nos;
Diante da cotidiana calamidade vivida.
(Lucas Araújo)
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