A Garganta da Serpente

Lourdes Limeira

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Os Gatos

São fofinhos aos meus olhos
E felinos, aos dos outros.

São amorosos no toque
À boca, muita fome.

Mordem, quando importunados
Que bichanos danados!

Meu gato me olha esgueirado
Diga-se de passagem, seduz-me esse ladrão.

Come carne mais que ração
Já é sua marca; esperto o menino!

Gatinho do meu coração
Sou tua gatinha, tição.

Tê-lo por perto
Virou minha mania.

Com um gato assim
Não existe tédio.

II

Gatos são muito mimados
Sinto-os junto a mim.

Enfiam os pés pelas mãos
São tontos, às vezes.

Em suas garras, quanta azaração.
Que belos ficam nas madornas!

Espichados nos assoalhos
Quantas bocas e olhos!

Miau... m i a u...
E o rabinho entre minhas pernas.

Brincamos de tudo
Parecem me amarem também

III

Quanta beleza escondida!
Igual não tem.

Dormem por todo canto
No sofá, na almofada, no tapete.

São tão muito românticos!
Eu os amo.

Sobem no telhado
Fitam a gente.

São tão carentes
Têm cara de pidão.

Às vezes, não sei por quê
Repelem-nos.

A minha orelha fica em pé
A qualquer de seus pulos.

Gatos, bichanos estranhos!
Tudo pra eles é desdém. Não se apegam.

IV

Miau, miau...miau!
Querem atenção quando o dia clareia.
Não param de miar
Às vezes, enchem-nos.

Xiu...xiu...xiu
Vem cá, chaninho!

Logo ficam distantes
Ficam alheios a quem quer que seja.

Xiu...xiu..xiu
Bichaninho, vem cá!

À tarde, dormem até o rabo esticar
Desejam mais sossegar.

Bichano...
A noite chegou.

A lua lá fora está alta
Anuncia que o dia acabou.

V

Gatos, gatinhos, gatões
São tão bonitinhos!
Longe, bem longe de mim
É pêlo, pulga e percevejo!

Sem contar que comem ratos
Baratas, rãs e embuás.

Não pára inseto em casa
Eles dão sempre um jeito.

E que jeito de viver, hein?
São todos espertos.


(Lourdes Limeira)


voltar última atualização: 09/11/2010
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