A Garganta da Serpente
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Louis Pierre

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A POESIA EM CHAMAS

Vaguei pelas trilhas proibidas por Deus
Reguei a árvore do conhecimento com minha urina
A serpente ofereceu-me o fruto... e gargalhei como uma velha moribunda satisfeita.

Suguei sua fina & inquieta língua em templos orgíacos
Neles revelam-se marcas do veneno desejado
Meu culto... único ritual cíclico ... e o sangue a escorrer vagarosamente onde jaz o tempo
O inicio do silêncio
O toque...
As Secretas Maldições Árabes Nocturnas do Deserto
Deusas Tolas lançadas à nossas colheitas
Antigos pensamentos
O pôr-do-sol rosado da Índia espelha tua face quente
Enquanto o rubro rio percorre calmamente pelos lábios dos destinos humanos
Sorvas meu sangue , doce escuridão aflita !! Provas o sabor deste insano caos
Excitante...
Adoro o brilho escarlate... tão livre & escravizado como anjos caídos, expulsos do paraíso de um corpo fêmeo.
A luz castanha de teus olhos tem à forma de foice
Quadros pintados a cada gota escorrida & que se unta ao chão
Como criança desejo o fogo, sinto-me seduzido ao poder que emana.
Quero queimar por mais de mil anos, ecoar mil cantos, despir mil mantos e provar o templo ferido.
Saquear do útero:
Montes Antigos,
Lagos Mágicos,
O Cheiro Selvagem da tua alma!

Recitei ontem algumas odes a demônios que se escondem nos troncos de velhas árvores
Corpos podres de madeira atacados por liquens... longa barba verde... uma sabedoria muda vegetal.
Terei cuidado ao descer o morro daquela insana & perigosa pétala da Flor dos Mistérios
Alguns horrores nos espreitam, e os sentimentos ásperos semeiam a dor.
Tenho uma música, preciso cantá-la.
Não será hoje... algo a aproximar-se.
Senti a presença do medo
E um pérfido desejo de tentar explicá-lo
Confesso que estou meio sincero & confuso
Talvez seja a noite nesta cidade... nauséadamente não sei!
Pois muitas coisas de ti, em mim se perdem quando acaricio os cabelos das novas noites.
Envolta pela magia dos quartos solitários
A maldita lembrança das promessas sufoca meus lábios que suplicam uma morte digna
Nunca prometas ao amor um vinho que não beberás
A embriaguez interrompida
A Felicidade
Sorria sempre...
Pois Não Esqueça...
Mesmo sem entender , amo o teu Sorriso
E aquela saliva quente que se esconde por trás dele


(Louis Pierre)


voltar última atualização: 04/01/2000
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