A Garganta da Serpente

Lorenzo Giuliano Ferrari

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A mulher e o poema a dois

Deitei com ela
Sei que fora precipitado
Mas não conseguia segurar
Seu corpo sempre me convidando...

Um belo corpo,
Seduzindo o movimento,
Tornando a beleza visível
Às memórias mais profundas...

À noite que não findava e nem nos deixava,
A cama de quem aclamava o corpo seu,
O espelho reflexo perplexo ao gozo nosso.
O prazer de ter estar consigo assim comigo.

Fecundando-nos de poesia
Encontrando assim
E não mais se tendo
A própria cria que se cria.

Como poderia deixar de amar?
O tempo sempre sendo o que somos. Cada instante
mais que o recomeço do restante,
pois deixa em nossas mãos a sua presença.

Serei sempre o poema
E você...
suas curvas macias
a água escorrendo
seu som, seu gemido
seu desejo contido
seu doce sentido.


(Lorenzo Giuliano Ferrari)


voltar última atualização: 20/07/2004
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