A Garganta da Serpente

Lorena

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Cena aberta.

Minha estrela estampada
Em panos que escondem corredores
Por entre os entreatos.
Tudo fica mudo na minha cena.
Descolorem os papéis
Restos de festas, risos, apertos de mãos.
Sorridente, o sinal se esvai, escorre.
Olhos piscando, cinzas como jornal
Minhas notícias não passam no canal aberto.
Uma canção toca enquanto a água vai pelo ralo
Troco de pele, troco de cena.
Em que ponto José se deu conta?
Línguas quentes, porém mudas.
Mas...
Dragões alados visitam os lençóis dos sonhos esquecidos
Anoto em pedaços de papel a seqüência dos amores falidos
Contabilizo minhas mãos acenando.
Vou deixando o portão aberto
Por não ter medo de dormir só.
Escrevo uma carta para um novo amigo
E espero o sol nascer tomando chá de manjericão.
Desfaço pétalas de flores que não conheço
Ganho asas que os dragões desconhecem
Os corações mudam de lugar.


(Lorena)


voltar última atualização: 14/11/2007
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