Poema Um
Tenho falta de coragem em certos dias
Amoleço, viro Maria Celestina
Empobreço as guardas.
Tenho, mas logo desperto
Pois procuro cores por sentir falta das pessoas com suas línguas.
Não há tempo para a ausência,
Não há forma humana para desenhar o brilho do olhar.
Confundo as previsões dos signos
Por duvidar dos rótulos
Não acredito nem mesmo no que dizem meus desejos.
Ah! Essa coisa de cavoucar com as minhas mãos...
É o mesmo que perder o rumo no labirinto.
Quero saber quem se parece comigo
E fazer um agrado
Descolar todas as placentas
Respirando por meu próprio mérito.
Um dia hei de virar Maria Bonita
E riscar as fachadas das casas
Cortarei todas as linhas
Serão balões e pipas soltos no ar.
(Lorena)
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