Quem és tu, ó Rei dos Mares?
Que me chama
A cada brisa
A cada toque da fina espuma da onda
Que se desfaz quando encosta em minha pele?
Quem és tu?
Quero ir ao teu encontro... eterno
Mas... medo!
Ó vida, vida!
Por que me deixaste?
Ou estou eu te deixando?
Não!... Sim!... Não!
Não serei sua, ó Rei dos Mares!
Serei ainda de muitos... homens, meninos talvez
Que se escondem por baixo de minha saia
Procurando meu sexo...
E só quando já tiver me cansado
Destes corpos, mentes que mentem
Aí sim, ó Rei dos Mares
Me juntarei a ti
Para que me traga
Depois
Para todos estes homens... meninos ainda
No leve sopro da brisa
No toque fino de seu gozo
Transformado na mais límpida espuma marinha.

(Lizandra Silva)