A Garganta da Serpente

Lívia Nascimento

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Eis que um grito corta tudo no ar
Minh'alma desperta não vai calar
Que a fúria cristalina se faz escutar
Que os ventos e passagens vai abalar
A estrutura não existe
Cai tudo por terra
O som macio se esvai
Vai buscar minha deusa
Perscruta o vasto e o fundo
Transborda do abismo meu tudo
Entrega-me cada palavra que construiu outro mundo
Deleita-me com seus pesares e medos segundos
Faz-me ser
Dá-me tua vida e deixa de viver
Quero seu tudo e não me serve sua metade
Ou lhe rasgarei as carnes e as camadas
Te encontrarei na dor
Seus olhos molhados
Riscando o céu de estrelas que não sabem mais cair
Queimando a fênix tal se ela não voltasse a existir
Esse grito consome, devora
Esse grito devasta, ignora
Grito com todo ar que existe
Com a vida que me resta
Porque minha alma está desperta e tem pressa


(Lívia Nascimento)


voltar última atualização: 16/06/2008
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