A Garganta da Serpente

Lisa Stér Cöy

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Despudorado amor

Nas sombras
dentre quatro paredes
pairam ânsias
e poças de suor.

Afogada em seu calor,
o suave degustar de seu pavor.
Arrepia este corpo
assim que toca.

Dentre coxas que se roçam
surge este sentimento
Despudorado.
Indolente tentação.

Que ama,
que chama,
que clama...
...por mais!

Arrepia este pescoço
assim que beija.
Copulando esta paixão em minh'alma.
Não me encontro mais aqui.

Resido na dimensão das loucuras,
onde as ondas queimam,
desertos inundam,
riachos flutuam.

Onde rosas falam
dizendo que me amam.

O lunático rege meu peito.
Meus olhos derretem em tempestades salgadas.
E sua saliva em minhas costas
que novamente me arrepia.

Um longo suspiro e tudo para.
O tempo não mais existe.
Os ponteiros do relógio evaporam
e partículas incandescentes rodeiam nossos corpos.

Olhares cansados são trocados.
Um sorriso é desvendado de meu rosto.
Passo a mão arrumando os cabelos já molhados.
O relógio volta a funcionar.

Assim...
Ressurge o sentimento
Despudorado!
Indolente tentação.

Que ama,
que chama,
que clama...
...por mais.


(Lisa Stér Cöy)


voltar última atualização: 09/11/2009
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