A Garganta da Serpente

Líria Porto

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eu olho a boca de beijo
que sorte daquela moça
a que detém tua boca
e sabe dos teus segredos
aqueles que só revelas
bem debaixo das cobertas
entre suas coxas

eu olho os olhos negros
que sorte daquela dona
a que te olha nos olhos
e sabe dos teus anseios
aqueles que depositas
nas madrugadas de inverno
entre seus seios

eu olho o teu retrato
que sorte daquela zinha
a que me mata de inveja
pelos apelos do corpo
por tua alma que é dela
não minha


(Líria Porto)


voltar última atualização: 23/02/2011
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