A Garganta da Serpente

Lina Savle

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

SENHORA DO CAIS

Bailo lascivamente a brisa da alegria não distante, encurralando os desejos na beira do cais
Engano as mãos, fermento as ideias
A brisa somente incita meus intentos
O sorriso libertino e convidativo invoca meu ato.

Lubricamente abraço a sombra
Afago braços imaginários que a mim poderiam segurar
Entre tudo, um mundo de vácuo e silêncio
Essa carência sem supressão me há de matar...

Tentativa hedonista de satisfação inglória
Meu pecado é crer em minha liberdade
Abandono de consciência e moral tal que minha alma vibra
Efêmera lembrança do que foi felicidade

Deixo no chão meus sonhos dissolutos
Meu sangue impudico colorindo suas formas
O luzir voluptuoso de meu corpo encanta o porto
Giro, paro, emudeço. Olho a volta buscando olhos específicos
Encontro quem me clama e libidinosamente recomeço minha dança.


(Lina Savle)


voltar última atualização: 26/10/2010
4990 visitas desde 14/06/2010

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente