A Garganta da Serpente

Lina Savle

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SAFIRA

Morro e renasço por minhas palavras...
Quanto de mim ainda resta em ti?
O coração sufoca, perco os sentidos.
Ausência tua esta que fulmina.

A alma nada mais é que um espelho interno coberto,
Os olhos são o reflexo do que foi possível descobrir,
Essa é minha última noite, esse foi meu último dia.
Meu Tempo - sem tempo,
Minha Vida - sem vida,
Minha Alma - sem alma,
Tempo, vida, alma...
Nada sou, sem antes ser-te...

Por quantas vezes em teus olhos perderei meu olhar
Sonhando com teus lábios adjacentes aos meus,
Mantendo-me viva em ti?

Olho a janela e ela a mim,
O sol reluz,
E teu sentir me conduz,
Nascendo no derradeiro abismo d'alma uma safira com o teu nome...

Teu corpo há de ser meu.
Um olhar lascivo lançarei enquanto as vergonhas desaparecerão,
Vesti-lo-ei com a minha pele.
Teu corpo há de ser meu, será eu!
Seremos nós uma massa de cheiros, gostos, abraços e beijos
E então assassinarei aquela que tanto me torturou nessas partidas:
A maldita saudade.


(Lina Savle)


voltar última atualização: 26/10/2010
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