SAUDADE
Em ardentes soluços de lágrimas
Que matam suas próprias explicações
Em um taciturno dia de outono
Arrasta-se pelo corpo a saudade.
A saudade não cura.
É imagem longínqua, talvez sem fim,
A falsa melodia do esquecer-se
Tormento soturno dos receios
Nascido do beijo mais ardente
A imensa ilusão sem fim.
A saudade não mata.
Saudade, tristeza, silêncio
Entre abismos distantes
Prisão voluntária de um sentimento não cativado
A saudade não morre.
Despeça-se da dor!
Inebrie-se com o cálice da Liberdade!
Queime, então, essa saudade
Que encarcera o seu ser!
A saudade não cura.
A saudade não mata.
A saudade não morre.
(Lina Savle)
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