A Garganta da Serpente

Lina Savle

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

SAUDADE

Em ardentes soluços de lágrimas
Que matam suas próprias explicações
Em um taciturno dia de outono
Arrasta-se pelo corpo a saudade.

A saudade não cura.

É imagem longínqua, talvez sem fim,
A falsa melodia do esquecer-se
Tormento soturno dos receios
Nascido do beijo mais ardente
A imensa ilusão sem fim.

A saudade não mata.

Saudade, tristeza, silêncio
Entre abismos distantes
Prisão voluntária de um sentimento não cativado

A saudade não morre.

Despeça-se da dor!
Inebrie-se com o cálice da Liberdade!
Queime, então, essa saudade
Que encarcera o seu ser!

A saudade não cura.
A saudade não mata.
A saudade não morre.


(Lina Savle)


voltar última atualização: 26/10/2010
4991 visitas desde 14/06/2010

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente