A Garganta da Serpente

Lilliane Holanda

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Sem vida

Doce, fácil, frágil
linda enquanto dorme
nunca mais viver mentiras,
acorde! acorde! acorde!
blasfemadora, louca
pra fora e agora
de volta em sua boca
acima de minha mente
vive! vive! vive!
e novamente, mente, mente...
aqueles pensamentos...
agora desencadeia
sutis encantamentos
não corre sangue em suas veias
corre! corre! corre!
reação em cadeia
uma bomba
e o tempo tique-taque
de dentro pra fora
externe teus demônios
grita! grita! grita!
troca de hormônios
o momento é agora
e tentando se esconder
mostrou-se poluída
- Ainda há jeito? Quero viver!
e agora choro, chora, chora...
não há mais pra onde correr
só respira! respira! respira!
não há saída neste lugar
mas ainda há vida
ainda há tempo para jogar
brincar com a vida
o tempo ainda tique-tar
traga, inala , injeta
lutando ao seu modo
luta! luta! luta!
sem vida...
está subindo ao inferno
Sigo com ela a caminho do cemitério.

(Dedicado a uma amiga de infância, que morreu de parada respiratória quando tínhamos 15 anos. Uso de drogas.)


(Lilliane Holanda)


voltar última atualização: 28/08/2003
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