A Garganta da Serpente

Lílian Maial

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COSTELA

Detesto homem afoito, ou sem cuidado e espera.
Melhor o que se empolga e esquece, em mim, da vida,
Entende haver nos corpos cura e a despedida,
A glória e a derrocada, a paz que desespera.

Turvar-lhe o pensamento, abrir-lhe uma cratera,
Na mente, à exaustão! Depois dar-lhe a acolhida
Pequena concessão, quimera prometida,
Fazer de nós o unguento, o altar que o amor venera.

Há calma e descoberta, anseio curioso,
Centímetros de oferta, enlace temeroso,
Num átimo de fé, tortura e paraíso.

Difícil segurar, não permitir o espasmo!
Tão certo quanto o fim: teu riso e teu sarcasmo,
Mais justo conceder o osso sem juízo!


(Lílian Maial)


voltar última atualização: 19/01/2011
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