A Garganta da Serpente

Lílian Maial

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MIL E UMA VEZES

É como um vento,
uma aurora tonta.
Voltar e voltar à origem de tudo.
A palavra orienta os acenos,
árvores balouçando ao sabor do acaso.
Mil e uma vezes, no meu canto, entoo o lamento
das folhas, saudade arrastada,
e volto e repito e tento outra vez.
Nada acontece ou chega.
O dia acaba igual e fica a velha sensação
de que há alguma coisa lá.
Meu recanto me acolhe em abraços de versos.
Sou ave aninhada com ânsia de voo nas páginas em branco.
Bico o horizonte rabiscado pelos olhos.
Além é o meu lugar, mas ele já passou.
O retorno é a esperança do "de novo" que não vem.
Mil e uma vezes atrás de respostas.
Somente o tempo me dá vazão.


(Lílian Maial)


voltar última atualização: 19/01/2011
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