O MENINO DO CORVO AZUL
(PARTE I)
Ele corria sentindo a palpitação acelerada do coração,
ele corria ofegante e com cabelos esvoaçantes, a areia beira-mar bailava
ao vento diante de cada cavalada de seus pés!
Tinha medo de olhar para trás e, não olhava!
Ofegava!
Os sons eram confusos... Atemorizado corria, sem rumo certeiro, sentindo vento
e areia na epiderme, dividia a batida do coração com o lamentar
dos pássaros, até que a curiosidade tomou-lhe de ímpeto.
"Os equívocos estão perdidos
E se estão perdidos
É por que saíram de lugar!"
Para Benjamin o destino seria cruel ou piedoso? Seu palpitante coração
não o ajudava! A simplicidade da chance da curiosidade latente firmou
na dureza de seus lábios rígidos do frio, os olhos arregalados
de feição carinhosa embriagada com o susto analisaram aquele ser...
A eternidade andava por entre os dois, apreciava tépida e arrogante,
ergueu os braços, em sintonia com excelência temporal, mostrou-se
afável ao encontro, transformou o imutável tempo geográfico
em profunda vagareza apaixonante!
Imóvel, ele parecia saber de tudo, foi lançado ao destino aquele
encontro, carregados impiedosamente um ao outro. Na ponta dos pés aproximou-se,
deixando a luz cobri seu corpo o brilho reluzia em simplicidade e beleza móvel.
O menino de boca aberta deu um passo adiante, sem entender exatamente o que
acontecia ali, esticou as minúsculas e frágeis mãos, sabe-se
lá o que encontrar!
"O novo é a espinha dorsal do medo
O novo é o caminho da ignorância
O novo é a ignorância ao avesso!"
Ainda tentou fugir, mas depois do primeiro passo o retorno é uma condição
inviável, então, logo desistiu da idéia descabida. Explodindo
de vontade quem foge? Benjamin, apesar de assustado consistia em uma importante
chuva rítmica de sólida audácia.
(Lilian Farias)
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