A Garganta da Serpente

Leticia Beze

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Voz II

Você sabe de amanhã?
Longos términos de interlúdios inebriados de névoas
Os gritos que vem de fora não são meus
Só tolero o que me faz parecer mais medíocre
O que ficou foi mais próximo do que o que estava
Não foi nuclear
Não foi histórico
O vidro em que me prendi me cortou
E o ar?
Já te perguntei em que vasos as flores morreram?
Minha complacência só vai até o incômodo
Sem sistemas fisiológicos
Nada de vísceras hoje


(Leticia Beze)


voltar última atualização: 25/03/2004
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